terça-feira, 2 de novembro de 2010

Canais e publicitários questionam variações

Segundo matéria publicada pela Folha de São Paulo em 15 de agosto de 2010, intitulada: Canais e publicitários questionam variações – metodologia empregada, abrangência da lei e percepção auditiva são usadas por emissoras para justificar resultados, o volume dos breaks comerciais sofrem alterações para mais com a finalidade de chamar a atenção do receptor como forma de persuasão e fixar a informação na memória segundo estudos ligados à psicologia e comunicação.
Infelizmente, nos curso de comunicação social o futuro publicitário aprende algumas noções de psicologia social ou aplicada ao consumidor, dificultando a impressão que deseja causar mediante ao seu público-alvo, pois, desta forma o anúncio acaba por se tornar arrogante e agressivo, deixando de conquistar o seu share of mind, um dos maiores desafios dos profissionais de comunicação e do mercado publicitário. Tal tendência nos moldes contemporâneos é condição fundamental para a sobrevivência não só de produtos como também das marcas (brand).
Esta percepção se dá no período noturno, onde o silêncio é maior, desta forma o telespectador já esta preparado com seu controle remoto na mão, pois, a cada intervalo é necessário baixar o volume. Mas como tudo neste país só funciona através do ato consumado, algumas emissoras e profissionais de publicidade acabam se esquecendo que existe a Lei 10.222, de 09.05.2001, que padroniza o volume de áudio das transmissões de rádio e televisão nos espaços dedicados a propaganda.
Algumas emissoras possuem suas justificativas sobre a ação: A TV Globo, por meio de sua central de comunicação se utiliza de equipamentos de equalização que mantém a variação dentro da freqüência, porém, há existência de uma oscilação de gêneros na percepção auditiva para cada grade. Em novelas e filmes, por exemplo, os diálogos possuem espaçamentos, o que não ocorre com os comerciais que são mais acelerados.
A rede Record e a Band afirmam que as emissoras seguem rigorosamente a lei e que através de seus equipamentos nivelam os áudios, porém, a última evidencia que há pequenas alterações. Já o SBT diz a Folha de São Paulo que segue as recomendações do Grupo de Trabalho de Loudness da Sociedade Brasileira de Engenharia de televisão, composto por membros da Anatel e Ministério das Comunicações. Mas, não é bem o que parece, pois seus intervalos são grotescos invadindo muito além do nível de percepção.
As emissoras fechadas como Turner (Cartoon Network, Boomerang, TNT e TCM) assumem tais diferenças e na medida do possível já começa a regularizar suas ações. A Discovery Networks diz que mesmo que a lei não se aplica a TV por assinatura, existe providencias de padronização.
Feliz o Ministério Público que alega que a lei se aplica sim, também aos canais fechados. Que impasse não? Afinal de contas a lei é para todos ou não? Então por que estudar a mídia nas universidades? (SILVERSTONE, 2002) talvez tenha as respostas para essas perguntas: 1) Transcendência espacial – ligar a TV muitas vezes invadem a nossa privacidade, logo, ninguém gosta de gritos por mais que seja um discurso Hard Sell – discurso aplicado nos anúncios varejistas. 2) Ocupar um espaço não significa possuí-lo / ter direitos sobre ele, então cada emissora deve seguir as regras. 3) Nossa capacidade de nos envolver com a mídia é pré-condicionada por nossa capacidade de manejar a máquina, neste caso as máquinas existem para nos ajudar e não atrapalhar. 4) A tecnologia não é singular, então regras são regras – para todas as emissoras! 5) Formas, estruturas, tons de voz nos convencem de que o que a mídia transmite é real e o consumo serve para apaziguar ansiedades quanto à nossa capacidade de sobreviver e prosperar no que diz respeito tanto à subsistência como ao status, mas não consegue refrear de uma vez por todas nem a ansiedade, nem a carência e nem o desejo.
Então que verdade seja dita, e a fiscalização cumprida, a propaganda para muitos acalma através de seus apelos, criam ou recriam desejos e identidades, mas, as mídias devem seguir com suas programações nos formatos pré-estabelecidos pelos órgãos competentes. Caso contrário, seremos reféns do zapping, gritou comigo, falou um pouco mais alto? Mude de canal!